quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pacto de Pureza

O documento a seguir está sendo postado como uma contribuição aos esforços que devem ser realizados por nós cristãos para manter a pureza no lar, especialmente em uma era onde nossas casas estão tão sujeitas à invasão da pornografia pela televisão e pela Internet. Este pacto tem sido mencionado em palestras ministradas sobre o assunto "Integridade" e distribuído aos solicitantes. O pensamento básico é que a formalização de um pacto familiar traz, em si, muito mais força e comprometimento pessoal do que a simples menção ou repetição de diretrizes, que são facilmente esquecidas. A Palavra de Deus nos dá muitos exemplos de pactos solenes e vivemos em uma era de informalidades, onde a confirmação pública de intenções vai desaparecendo. Não podemos esquecer a responsabilidade dos pais na administração do lar, formulando as regras de convivência e comportamento a todos os que ali habitam, principalmente aos filhos. A imposição de certos limites deve ser feita em amor, mas com firmeza. Eles nunca devem ser excessivos e irracionais, mas sim extraídos da Palavra de Deus e fundamentados nos princípios cristãos. Que Deus possa abençoar a cada um que veja utilidade na aplicação deste recurso.
SE VOCÊ CONCORDA COM ESTE PACTO E DESEJA FAZER UMA SUBSCRIÇÃO PÚBLICA, PREENCHA O FORMULÁRIO ABAIXO E SEU NOME SERÁ POSTADO NESTA PÁGINA.
Nós, abaixo assinados, pessoas responsáveis perante o nosso Soberano SENHOR e Criador; habitantes deste lar; conscientes dos males da nossa geração e, especialmente, dos perigos em potencial para os nossos corações e mentes, possibilitados pela utilização da Internet; desejosos de utilizar este meio unicamente como uma ferramenta abençoada providenciada pelo SENHOR para o fortalecimento do nosso conhecimento da criação de Deus, para entretenimento saudável, e para comunicação rápida e eficaz com nossos familiares e amigos; contribuindo, na medida de nossas possibilidades, com o avanço do Reino de Deus; nos achegamos, conjuntamente, nesta ocasião para pactuar e concordar nos seguintes pontos:
1. Não nos envolveremos em qualquer tipo de conversação, por “chat”, por “e-mail”, ou por outra forma qualquer, que não esteja em harmonia com as diretrizes da Bíblia. Da mesma maneira, teremos a coragem necessária de demonstrar nossa ética e convicções cristãs perante nossos amigos e conhecidos, fazendo uma dissociação de nossas pessoas de qualquer interação que, em seu andamento, der sinais de que está progredindo na direção errada.2. Imediatamente “deletaremos” qualquer “e-mail”, anúncio, propaganda, ou material recebido pela Internet, que venha a sugerir (mesmo que o grau de sugestão seja mínimo) imoralidade, pornografia e linguagem imprópria; e não seguiremos os passos e laços contidos nessas comunicações, exercitando todo o esforço para não procurarmos leitura e exame demorados no material que contém estes tipos de apelo.3. Não tomaremos a iniciativa de “pesquisar” e de dar andamento a “links” a quaisquer sites que apresentem ou promovam imoralidade e pornografia.4. Depois de realizarmos uma pesquisa legítima, em qualquer assunto, não vamos “clicar” em qualquer “link” que possa vir junto da pesquisa legítima, mas que sugira ou atraia a sites de teor pornográfico ou imoral. 5. Procuraremos fazer com que nossos hóspedes, visitantes e amigos, que freqüentam o nosso lar, cumpram este pacto. Não teremos receio de falar explicitamente sobre estes padrões e demandaremos que qualquer envolvimento nas práticas condenadas neste pacto, cessem imediatamente.6. Sabedores que apesar de sermos salvos pelo poder e pelo sangue de Cristo Jesus, temos ainda um coração que é enganoso; que Satanás espera oportunidades para agir, visando a destruição de nossas almas e vidas; que estaremos em uma melhor posição de guarda deste pacto se mantivermos prestação de contas, uns para com os outros, sem criar ocasiões para o pecado; estaremos restringindo o acesso à Internet aos computadores comuns existentes em nossa sala de estar, e não teremos acesso em nossos quartos.7. Temos a percepção completa de que a questão da “privacidade” é secundária à questão da “pureza”, coberta por este pacto. Temos a convicção de cada subscritor tem direito à sua vida privada e seus relacionamentos individuais; entretanto, “privacidade” NUNCA deverá ser utilizada como uma cobertura ao pecado, ou para a quebra de nossas obrigações, como cristãos, às determinações que especificam a pureza como caminho a ser seguido pelo servo de Deus.8. Não promoveremos, nem encaminharemos piadas sujas, ou qualquer outro tipo de material que contenha pontos objetáveis, impuros ou impróprios. Nos desligaremos de qualquer lista que demonstre costumeira remessa de matérias de conteúdo duvidoso, ou que dá mostras a estar caminhando nesta direção.9. Entendemos que os nossos “portais”, provedores, ou “gateways” poderão conter chamadas a páginas e sites que levam a situações condenáveis ou colocadas perigosamente nos limites. Não seguiremos essas “chamadas” ou qualquer “link” que contenha pessoas com pouca roupa, sabedores de que tais situações destroem a dignidade daquelas pessoas, como criaturas de Deus, e que oferecem as nossas mentes e corações oportunidades de pecarmos contra o SENHOR.10. Sabemos que apesar do propósito deste pacto ser a utilização da Internet, a questão da “pureza” não está restrita a esta área, mas cobre todos os aspectos de nossas vidas pessoais. Consequentemente, nos esforçaremos para nos lembrar de nossas responsabilidades semelhantes nos filmes que viermos a ssistir – em casa e com nossos amigos, nos programas de televisão que viermos a assistir, nas músicas e letras que viermos a ouvir e nos relacionamentos que tivermos com outras pessoas.
Baseamos essas decisões não no nosso próprio poder, mas confiantes no livramento divino da tentação e do pecado; considerando a questão da “pureza” não uma expressão de auto-justiça, mas um simples enquadramento nas diretrizes da Palavra de Deus, especialmente como lemos em Rm 6:19; Fp 4:8; 2 Co 12:21; Gl 5:19; Ef 5:3; Cl 3:5 – assinamos este pacto no ______ dia de _____________, no ano da graça do Nosso Senhor Jesus Cristo de Dois mil e Dois, na cidade de _________________________.

sábado, 1 de novembro de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

55 idéias de atos de bondade

01- Entregue biscoitos caseiros para os trabalhadores urbanos da Prefeitura
02- Traga flores para o ambiente de trabalho e compartilhe com os colegas
03- Traga uma surpresa especial para seus colegas de trabalho.
04- Compre uma pizza para um estranho
05- Cante em um asilo de idosos.
06- Corte corações de papel que dizem “Semana dos Atos de Bondade! Tenha um bom dia!” e coloque debaixo dos limpadores de pára-brisa dos carros estacionados.
07- Tenha um dia de caridade no seu trabalho, e incentive seus colegas a trazerem alimentos não-perecíveis para serem doados.
08- Sorteie nomes no trabalho ou na escola, e incentive as pessoas a trazerem um pequeno presente para um “amigo oculto”
09- Dê uma fruta fresca para alguém.
10- Faça um elogio por dia.. no mínimo um!
11- Ligue ou visite para uma pessoa que está longe de casa.
12- Entregue latas de refrigerante de graça para motoristas.
13- Seja um bom vizinho.
14- Decida falar uma coisa agradável para todo mundo que você encontrar hoje.
15- Dê um abraço em um amigo
16- Diga para seus filhos que você os ama.
17- Escreva um bilhete de agradecimento para alguém que influenciou sua vida positivamente.
18- Doe sangue ou cadastre-se como doador de medula óssea.
19- Deixe outro motorista parar na sua vaga de estacionamento.
20- Dê a um estranho um par de ingressos para assistir ao jogo.
22- Deixe uma gorjeta generosa.
23- Abra a porta para alguém.
24- Liga para alguém com quem você não conversa há algum tempo.
25- Pague para a pessoa que estiver atrás de você na fila do cinema.
26- Por uma semana, faça todos os atos de bondade que te vierem à mente espontaneamente, e repare o que acontecerá!
27- Mande um presente anônimo para um amigo.
28- Deixe uma nota de vinte reais no bolso de alguém que você sabe estar passando por dificuldade financeira.
29- Organize uma coleta de sangue, em parceria com o Hemominas.
30- Crie um pequeno informativo contando histórias de atos de bondade. Coloque nas caixas de correio do seu bairro.
31 - Coloque uma faixa dizendo “Pratique atos de bondade” em uma
avenida movimentada da sua cidade.
32 - Leve seus filhos com você para ajudar no sopão um dia.
33 - Crie uma cesta de café da manhã para uma família necessitada,
com um cartão feito por cada pessoa da sua família.
34 - Deixe um arranjo de flores na porta do seu vizinho de forma
anônima.
35 - Crie um álbum da família com fotos e histórias de atos de bondade
realizados por vocês. À medida que o tempo passa, seus filhos podem
ver como os atos de bondade influenciaram a vida deles.
36 - Prenda uma sacolinha na porta do quarto de cada membro da
família. Por uma semana, coloque um presentinho, doce, ou bilhete
na porta cada dia, para que eles encontrem quando acordar de
manhã.
37 - Ajude um amigo ou vizinho que perdeu o emprego a fazer um currículo.
38 - Pare seu carro quando alguém estiver querendo atravessar a rua.
39 - Deixe um “crédito extra” em uma lanchonete para que o próximo
cliente não tenha que pagar.
40 - Ligue para pessoas que moram longe apenas para dizer que
41 - Compre um livro, escreva suas inicias e sua cidade no verso da
capa, e depois de lido, entregue para alguém. Incentive os leitores
do livro a doarem o livro depois de lido, também colocando suas
iniciais no verso da capa.
42 - Sorria e diga oi para alguém que você não conhece.
43 - Surpreenda alguém na sua casa com um café da manhã na cama.
44 - Insira um bilhete com uma piada engraçada na bolsa do seu
filho ou conjuge.
45 - Recomende seus filhos que doem alguns brinquedos para
crianças carentes.
48 - Desligue as luzes quando você não estiver usando.
49 - Tome banhos mais curtos para não gastar água.
50 - Aprenda a consertar itens como relógios, óculos, celulares, etc.
e doe objetos consertados para pessoas de baixa renda.
51 - Ofereça aconselhamento jurídico, psicológico ou faça pesquisas
para idosos ou pessoas de baixa renda.
52 - Doe roupas de bebê e outros itens para gestantes e mães carentes.
53 - Perdoe uma dívida de alguém.
54 - Limpe o lixo na beira de uma rua no seu bairro.
55 - Ganhe mais + 1 para Cristo

quinta-feira, 5 de junho de 2008

UMA ABORDAGEM À MULTIDÃO

Texto: João 6.5-12
Textos paralelos: Mt 14.13-21; Mc 6.32-44; Lc 9.10-17
A Igreja precisa tornar-se um lugar onde a multidão encontrará
Refúgio, comunhão, cooperação, segurança, identidade...

MONTAR UM QUADRO MEDITATIVO

1. Jesus recebera a notícia da morte de João Batista, e de que Herodes, agora, estava de olho nele.
2. Simultaneamente, Jesus recebeu de volta os apóstolos, que, em dupla, havia enviado para pregar por todo o Israel.
3. Os discípulos estavam exauridos, foi, portanto, um dia exaustivo.
4. Jesus decidiu ir com os discípulos a um lugar à parte para descansar.
5. A multidão, entretanto, o seguiu, chegando lá antes do próprio Jesus.
6. Jesus compadeceu-se da multidão, viu-a como ovelhas sem pastor.
7. Ensinou-lhes muitas coisas.
8. Curou-lhes todos os enfermos.
9. Providenciou-lhes o alimento.
10. Ajuntou-o em grupo de 50 e de 100 para que pudessem comer.

LIÇÕES QUE A IGREJA PRECISA APRENDER E POR EM PRÁTICA

1. Jesus foi ao sacrifício pela multidão
- Sem uma dose de sacrifício não conseguiremos atingir a multidão, pois, a mesma não respeita tempos, horários, agendas e etc...
- A multidão tem seu próprio ritmo. Para abençoá-la é necessário adaptar-se.
- Não dá para “manter” tradição e agenda.
- É preciso assumir a dinâmica e o dinamismo da multidão para atingi-la.
2. Jesus aceitou a multidão
- A multidão está aí e veio para ficar. (a multidão foi embora).
- Não adianta fingir que ela não existe.
- Ao invés de brigarmos com a multidão devemos aceitá-la como um fato.
- Devemos ver nela as suas virtudes e desafios.
3. Jesus amou compassivamente a multidão
- Para impactar deve compadecer-se.
- Tem de vê-la como rebanho sem pastor.
- Necessita de cuidados - fome: Alimento, desejos, espaço social, paz, dignidade, resgate familiar, amizade, identidade, segurança.
- Devemos amar os que têm fome. A Igreja é local de refúgio para os famintos. Comunhão, cooperação, identidade, segurança e etc...
4. Jesus Ensinou à multidão
- Temos que entender que o homem moderno perdeu seus referenciais e valores.
- Nós os ensinaremos os valores. Valores do Reino de Deus.
- O nosso ensino transforma as pessoas.
5. Jesus curou todos os enfermos que estavam na multidão
- A Igreja tem de ver-se como fonte de cura.(tem enfermos, mas cura).
- Comunidade terapêutica do Espírito Santo.
- Programas assistenciais em todas as áreas.
6. Jesus satisfez a necessidade da multidão
- A Igreja tem de envolver-se com os famintos.
- Os famintos têm de ver-nos como resposta de Deus para eles.
- Temos que gerar programa de desenvolvimento comunitário.
- Não gerar dependência, mas, sim emancipação.
E o recurso Pastor? “A fé é o principal recurso” – “Deus multiplicará”.
7. Jesus repartiu em grupos a multidão
- Adaptar-se ao ritmo e não ao erro.
- Não podemos conformar com a multidão, mas, sim transformá-la.
- Nunca virar movimento de massa (entra e sai).
- O alvo da Igreja é a humanização da sociedade.
- Uma multidão não precisa ser um ajuntamento amorfo, um empurra-empurra na competição pelo pão.
- Uma multidão pode ser uma comunidade, grupos de companheiros.

Conclusão: O Grande Resultado – Mt 5.16 (somos sal e luz neste e para este mundo).

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O uso do vinho na Escritura

A Bíblia recomenda o vinho em certas ocasiões
Apesar de suas múltiplas advertências acerca dos perigos do vinho, a bebida não está proibida na Bíblia em termos absolutos, e de fato se recomenda e é aceita em algumas ocasiões. As ofertas de vinho acompanhavam muitos os sacrifícios do Antigo Testamento (Êx 29:40; Nm 15:5; 28:7). É provável que se mantivesse uma provisão de vinho no templo para tal finalidade. O salmista falou sobre “o vinho que alegra o coração do homem” (Sl 104:15), e o escritor de Provérbios aconselhou: “daí bebida forte ao desfalecido, e vinho aos amargurados de espírito” (Pv 31:6). Ao falar do exuberante convite da salvação que Deus faz a todos em sua graça, Isaías declarou: “a todos os sedentos: vinde às águas; e os que não tem dinheiro, vinde, comprai e comei. Vinde, comprai sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Is 55:1).
Paulo aconselhou a Timóteo: “não bebas somente água, mas use um pouco de vinho, por causa de teu estomago, e de tuas freqüentes enfermidades” (1 Tm 5:23). O primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho durante um banquete nas bodas de Caná (Jo 2:6-10). Também falou em termos favoráveis acerca do vinho na parábola do bom samaritano, quem colocou óleo e vinho nas feridas do homem que encontrou maltratado à beira do caminho (Lc 10:34).
Como muitas outras coisas, a espécie de vinho de que se fala nas Escrituras tem a potencialidade tanto para o mal, como para o bem. Creio que houve um tempo em que o suco da uva, em semelhança a todas demais coisas criadas por Deus, somente era bom, e não tinha possibilidades latentes de gerar maldade. A fermentação que é uma forma de decomposição, por isto, é muito provável que se tornou possível pela corrupção geral da natureza a partir da queda, e de fato começou com a vasta mudança no meio ambiente que culminou no dilúvio, e a remoção da camada de vapor que rodeava o globo terrestre, e protegia dos raios diretos do sol. Não é errado crer que no reino milenar o processo será revertido quando a maldição for levantada totalmente e a natureza for restaurada ao seu estado original de bondade e perfeição.
À luz do fato de que a Bíblia faz tantas advertências acerca do consumo do vinho, todavia, não o proíbe, mas o recomenda sob certas circunstâncias, como pode um crente saber o que deve fazer? Na seqüência apresento oito sugestões em forma de perguntas, e que ao respondê-las com honestidade à luz das Escrituras, nos servirão de abordagens úteis para se discutir o assunto.

O vinho de hoje é igual ao dos tempos bíblicos?
A nossa primeira tarefa para responder esta pergunta é determinar com exatidão a que classe de vinho se faz referência na Bíblia, e a segunda é determinar como se compara esse vinho com o que se produz e consome na atualidade. Muitos cristãos sinceros e reverentes à Bíblia justificam o seu consumo de vinho baseados no argumento de que era uma prática aceitável tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. Todavia, se a espécie de vinho usado naquela época era diferente do que é usado hoje, então a aplicação do ensino bíblico do vinho também será diferente.
Uma classe de vinho chamado sikera em grego (veja em Lc 1:15), e shêkar em hebraico (veja em Pv 20:1; Is 5:1) se traduz em geral por “sidra” ou bebida forte, por causa do seu elevado conteúdo alcoólico e a subseqüente intoxicação rápida de quem a consumia.
Uma segunda classe de vinho era chamada gleukos (do qual se deriva o termo glicose) e aludia ao vinho novo que era bastante doce. Alguns dos espectadores no Pentecostes acusaram os apóstolos de estarem embriagados com esta espécie de vinho (At 2:13). A palavra hebraica correspondente é tirôsh (veja Pv 3:10; Os 9:2; Jl 1:10). Sendo que o suco recém exprimido da uva ou de uma outra fruta, fermentava com rapidez e poderia ocasionar a embriaguez, mesmo que sem completar o processo de fermentação, pois em geral misturava-se com água antes de ser ingerido.
Todavia, uma terceira espécie de vinho é mencionada com maior freqüência em ambos os testamentos. A palavra hebraica para este vinho é yayin, que tem em sua raiz o significado de borbulhar, espumar ou ferver. A figura de bolhas não tinha nada a ver com o vinho servido com o fervor do suco fresco da uva para reduzi-lo a um xarope denso e até mesmo a uma pasta condensada e apta para ser conservada sem estragar-se. Devido ao processo de fervura que retira a maior parte da água e mata toda a bactéria, o suco em seu estado concentrado não se fermentava. O vinho yayin se refere com maior freqüência a doses pequenas desse xarope ou pasta mesclada com água para a preparação de bebidas instantâneas (Sl 75:8; Pv 23:30). Inclusive quando se permitia que a mistura reconstituída se fermentasse, o seu conteúdo de álcool era bastante baixo.
A palavra mais comum no grego do Novo Testamento para esta terceira espécie de vinho é oinos, e em seu sentido mais geral se refere simplesmente ao suco da uva. Qualquer fonte judia exata indica que o yayin, que é um vinho misturado, que no grego é chamado oinos, não se refere tanto a um licor obtido pela fermentação, mas com maior freqüência a um xarope grosso, ou geléia não embriagante e produzida com o suco fervido para o seu armazenamento. Na ilustração que Jesus fez de se colocar vinho novo (oinos e não gleukos) somente em odres novos, é possível que se refira que desta maneira o vinho e os odres “fossem conservados juntos”, evitando a fermentação e também a sua perda por derramamento (Mt 9:17).
A prática de reduzir o suco fresco de uva a um xarope pelo fervor, ou evaporação era de ampla difusão no antigo oriente, assim como nas culturas grega e romana daquele tempo, e não é pouco comum na Palestina, Síria, Jordânia e Líbano em nossos dias. Ademais, o diluir para o consumo como bebida, o xarope espesso era usado para adoçar, dar sabor as comidas e para untar em pães e bolos como uma geléia. Tanto o xarope como a maior parte das bebidas produzidas a partir dele eram por completo livres de todo efeito embriagante.
A Mishná Judaica, que é a antiga coleção escrita de interpretações orais da lei mosaica que antecederam ao Talmud, declara que os judeus utilizavam com certa regularidade o vinho fervido, ou seja, o suco de uva reduzido a uma consistência grossa mediante a ação do calor. Quando Aristóteles descreveu o vinho de Arcádia disse que era tão espesso que era necessário raspar as garrafas de couro em que estavam armazenadas, e depois diluir estes pedaços em água para fazer uma bebida. O historiador romano Plínio se referiu, com freqüência, a um tipo de vinho não embriagante. O poeta romano Horácio escreveu em 35 a.C. que “aqui as pessoas ingerem múltiplos copos de vinho sem embriagar-se”. No nono livro de sua obra Odisséia, Homero narra que Ulisses colocou em sua embarcação uma bolsa de couro carregada dum vinho doce e negro, que era necessário diluir com vinte partes de água antes de ser bebido. No ano 60 d.C. o biógrafo grego Plutarco fez este comentário “o vinho não inflama o cérebro, nem afeta a mente e as paixões, e é muito mais agradável ao paladar.”
Num artigo da revista Christianity Today (20 de Junho de 1975) Robert Stein explica que os antigos gregos guardavam o vinho não fervido, nem misturado e por esta razão sem elevado conteúdo de álcool, em grandes jarros chamados ânforas. Antes de beber esse vinho serviam-no em vasilhas menores chamadas cráteras e o diluíam com água em proporção máxima de vinte por um. Somente assim colocava-se o vinho em copos em que se ingeria a bebida. A esta forma diluída se aludia comumente com a palavra vinho (oinos), mas, ao líquido não diluído denominavam de kratesteron, ou “vinho não misturado” a esta espécie de vinho que não se diluía com água numa vasilha e que entorpecia os sentidos. Ainda entre os pagãos civilizados, o consumo de vinho sem mistura, era considerado um ato de tolice e barbárie. O senhor Stein citando a Menesiteo de Atenas diz que
os deuses revelaram o vinho aos mortais como a maior benção para aqueles que o usam como é devido, mas para quem o utilizam sem medida, lhes tem efeito contrário. Concede sustento os que o tomam com cautela, assim como fortaleza em mente e corpo. Na medicina oferece muitos benefícios; pode-se mistura-lo com líquidos e drogas para trazer alívio e restituição aos feridos. No transcurso da vida diária, a quem o mistura e bebe com moderação dá bom ânimo; mas, se ultrapassar acima dos limites trás consigo violência. Se o mistura pela metade trás como resultado a demência; se não se mistura, a conseqüência é a destruição.

Num antigo livreto chamado A tradição apostólica, aprendemos que a igreja primitiva seguia o costume de usar somente esta classe de vinho misturado, mesmo que fosse a partir de um xarope, ou do suco recém exprimido.
O vinho fermentado por meios naturais tem um conteúdo alcoólico de nove a onze por cento. Para que uma bebida alcoólica como o conhaque tenha um conteúdo mais elevado, deve-se fortificar por meios artificiais como a múltipla destilação do vinho já fermentado. Então, o vinho não misturado dos antigos tinha um conteúdo alcoólico máximo de onze por cento. Mesmo que mesclado pela metade (uma mistura que segundo Menesiteo gerava demência), o vinho teria um conteúdo máximo de álcool de cinco por cento. Sendo que o vinho mais forte que se bebia normalmente era mesclado pelo menos em três partes de água por uma de vinho, o seu conteúdo alcoólico estaria numa categoria não superior a 2.25-2.75 por cento, muito abaixo a 3.2 por cento, o que é considerado atualmente como o parâmetro para classificar uma bebida como alcoólica.
Portanto, é claro que quer seja o yayin ou o oinos mencionados na Bíblia correspondem ao xarope espesso, a uma mescla de água e xarope, ou a uma mistura de água e vinho puro, neste caso o vinho era não embriagante, pois possuía um baixo teor alcoólico. Sendo assim, para que se embriagasse com vinho (oinos) naquele tempo era necessário ingerir uma grande quantidade, como sugere outras passagens do Novo Testamento. A expressão “dado ao vinho” (1 Tm 3:3; Tt 1:7) é a tradução de uma palavra grega (paroinos) cujo significado literal é “colocar-se em, ou ao lado do vinho”; alude a idéia de sentar-se ao lado de um recipiente cheio de vinho durante um longo período de tempo.
A resposta à primeira pergunta é redundante não. O vinho dos tempos bíblicos não era igual ao vinho não mesclado de nossa época. Até os pagãos mais civilizados dos tempos bíblicos consideravam a ingestão dos vinhos modernos como atos bárbaros e irresponsáveis.

É necessário?
A segunda pergunta que nos ajuda a determinar se um crente deveria ou não tomar vinho na atualidade é a seguinte: “é necessário que eu tome vinho”? Nos tempos bíblicos, como acontece em muitas partes do mundo ainda hoje, a água potável apta para o consumo humano era muito escassa, ou não estava disponível, então, a bebida mais segura era o vinho, e o vinho com certo conteúdo alcoólico era em especial seguro devido ao efeito anticéptico do álcool. De fato, ele servia para purificar a água.
Por outro lado, é difícil crer que o vinho transformado por Jesus de forma miraculosa no banquete das bodas de Caná, ou o que serviu na santa Ceia instituída por Ele, e em outras ocasiões fora fermentado. Como é possível que Ele servisse algo que tivesse sequer a potencialidade de embriagar uma pessoa? Quando Ele fez o vinho em Caná, primeiro disse aos serventes que enchessem as talhas com água, como que demonstrando que o vinho que iria criar era mesclado. Os convidados da boda comentaram sobre a elevada qualidade do vinho (Jo 2:10), e sendo que o chamaram oinos, é óbvio que se tratava da bebida suave que estavam acostumados a fazer o acréscimo de água a um xarope fervido da uva.
Ainda que as circunstâncias requeressem com freqüência, ou o fazia aconselhável o consumo do vinho, esta bebida preferida nos tempos bíblicos tinha pouco ou carecia por completo de algum conteúdo de álcool. Portanto, os crentes atualmente não podem apelar para a prática bíblica para justificar o seu consumo de vinho ou de outras bebidas similares, sendo que hoje em dia existem incontáveis alternativas de baixo custo. Hoje em dia ingerir bebidas alcoólicas não é parte necessária do sustento, nem da vida cotidiana, e na maior parte dos casos simplesmente é um assunto de preferência pessoal.
Tão pouco a bebida é necessária para evitar ofender ou envergonhar os amigos, os conhecidos, ou pessoas de negócios. O testemunho de um cristão algumas vezes é percebido por poucos, e pode implicar um preço a pagar na sociedade atual, mas a maioria das pessoas está inclinada a respeitar a nossa abstinência quando se faz por motivos de convicção honesta, e não quando se faz alarde dela como auto-justificação pessoal, ou juízo sobre os demais. É mais provável que o argumento de não querer ofender a outros se baseie num interesses egoístas, em nossa própria imagem e popularidade, do que numa preocupação genuína pelos sentimentos e bem estar dos demais. Alguns consideram que a bebida é necessária em alguns casos para poder estabelecer uma relação com uma pessoa não salva a fim de que chegue a ter fé para a salvação. Não obstante, tal visão de evangelismo é uma falha miserável em entender a obra soberana de Deus, e o poder do evangelho independente por completo de qualquer subterfúgio humano.

É a melhor opção?
Sendo que beber vinho é algo que não se pode proibir de maneira específica e total nas Escrituras, e como não é uma necessidade para os crentes na maior parte do mundo, o seu consumo é uma questão pessoal. A seguinte pergunta é então: por acaso é a melhor opção?
Ao longo da história do povo de Deus, Ele fixou normas elevadas para quem exerce posições de grande responsabilidade. Durante o sistema dos sacrifícios instituído sob a liderança de Moisés, e descrito em Lv 4-5, era requerido que a pessoa comum desse uma ovelha, ou uma cabra como oferta de expiação pelo pecado ou duas rolas ou pombinhos (5:7), ou estivesse incluso uma oferta de farina (5:11), se não possuísse os meios suficientes. Por outro lado, um líder do povo deveria oferecer um cabrito, e a congregação como um todo, ou o sumo sacerdote deveria oferecer um bezerro.
Aarão e todos os sumos sacerdotes que lhe sucederam também tinham que viver conforme as normas pessoais mais elevadas. A eles foi ordenado: “tu, e teus filhos contigo, não bebereis vinho, nem bebida forte quando entrares no tabernáculo da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será para vossas gerações” (Lv 10:9). Devido a que o sumo sacerdote era chamado aparte para exercer um oficio de maior importância, também era chamado a um compromisso superior com Deus, e a um tipo de vida mais elevada. Bem que a restrição quanto à bebida se limitava a sua vida como um todo, ou somente o tempo em que estava prestando o seu serviço designado no tabernáculo, ou no templo, o seu ministério para o Senhor deveria caracterizar-se pela abstinência total de bebidas alcoólicas. As suas mentes e corpos deveriam ser claros, puros e sempre funcionar bem quando ministravam no nome do Senhor. Não se poderia correr nenhum risco de desonra moral ou espiritual no ministério sagrado.
A mesma norma elevada se aplicava aos governantes de Israel. “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis de Israel beber vinho, nem dos príncipes, desejar vinho forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos” (Pv 31:4-5). O seu juízo não deveria nublar-se sequer pela quantidade mínima de álcool encontrado no vinho (yayin), muito menos pela de uma bebida forte como a sidra (shêkar). A sidra somente seria dada “ao amargurado de espírito” como um sedativo para a sua dor ou agonia (31:6). Qualquer outro uso dela não era aceitável. O vinho misturado normal poderia ser dado para alegrar “aos de ânimo amargurado. Bebam, e esqueçam de suas necessidades, e de sua miséria não se recordem mais” (31:6-7). Ao contrário, os sacerdotes e os governantes do povo não deveriam tomar yayin nem shêkar.
Qualquer pessoa em Israel poderia tomar a decisão de consagrar-se para Deus de uma maneira pessoal fazendo o voto de nazireu. “O homem, ou mulher que fizer voto especial, o voto de nazireu, a fim de consagrar-se para o SENHOR, abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem tomará beberagens de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas. Todos os dias do seu nazireado não comerá de cousa alguma que se faz da vinha, desde as sementes até às cascas” (Nm 6:2-4). Um nazireu também fazia o voto de não cortar o cabelo, nem de contaminar-se ritualmente por contato com um cadáver, todo o período que o seu voto estivesse em rigor (6:5-7).
O nome nazireu vem do termo hebraico nâzir que significa “separado ou consagrado”. Tal separação era voluntária e poderia durar de trinta dias até toda uma vida. Todo o período que esta pessoa, fosse homem ou mulher, se apartasse dessa forma a fim de render um serviço especial ao Senhor, a sua vida deveria distinguir-se pela estrita pureza, inclusive da abstenção de qualquer coisa relacionada minuciosamente com a bebida. Em certo sentido, o nazireu se elevava ao mesmo nível que o governante e o sumo sacerdote por seu ato de consagração e separação voluntária e especial.
A Bíblia somente menciona três homens que foram nazireus durante toda a sua vida: Sansão, Samuel e João Batista. Todos eles foram separados como nazireus antes de nascer; Samuel pela sua mãe (1 Sm 1:11), e Sansão e João Batista pelo próprio Senhor (Jz 13:3-5; Lc 1:15). As mães de Sansão e de Samuel também se abstiveram do vinho e da sidra (Jz 13:4; 1 Sm 1:15), no caso da mãe de Sansão por mandamento direto do anjo.
Embora ignoremos os seus nomes, muitos outros nazireus viveram em Israel e serviram ao Senhor por meio de suas vidas e de sua consagração especial (veja Lm 4:7, é possível traduzir “nobres” por “nazireus”; Am 2:11). Irreverentemente, muitos deles foram corrompidos a força por seus compatriotas israelitas: “mas, vós destes de beber vinho aos nazireus” (Am 2:12; Lm 4:8). O mundo se ressente contra aqueles que mantêm elevadas normas de vida, e cujo exemplo é uma reprimenda contra a vergonhosa vida que levam. Em lugar de tratar de alcançar um nível mais elevado de vida para si, as pessoas que são mundanas e carnais, incluídos os cristãos mundanos e carnais, se esforçam em rebaixar e em corromper a quem vive com pureza para que caiam em seu nível de corrupção.
No tempo de Jeremias todos os membros do clã dos recabitas fizeram o voto de não beber vinho, e permaneceram neste voto. Por causa de sua fidelidade, o Senhor mandou que Jeremias os apresentassem ao povo como o exemplo a ser seguido, e norma da vida justa, em contraste com a infidelidade e corrupção do restante de Judá, sobre os quais estava a ponto de trazer juízo (Jr 35:1-19).
O nazireu mais destacado foi João Batista, de quem Jesus disse: “de certo vos digo: entre os nascidos de mulher, não se levantou outro maior do que João Batista” (Mt 11:11). Antes que João Batista nascesse, o anjo disse sobre ele: “será grande diante de Deus. Não beberá vinho [oinos], nem sidra [sikera], e será cheio do Espírito Santo, ainda desde o ventre de sua mãe” (Lc 1:15).
Todavia, continuando Jesus disse acerca de João Batista que “o menor no reino dos céus, será maior do que ele” (Mt 11:11). Todo crente, em Jesus Cristo, está no mesmo nível espiritual de um sumo sacerdote, um governador, ou um nazireu. Cristo nos ama, e por isso “nos lavou de nossos pecados com o seu sangue, e nos fez reis e sacerdotes para Deus, o Pai” (Ap 1:5-6). Os cristãos são “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2:9, veja verso 5). Todo cristão é separado para Deus de maneira especial, e cada cristão deve apartar-se de qualquer coisa impura (2 Co 6:17). “Assim que, amados”, continuou Paulo, “sendo que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda contaminação da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (7:1).
Deus deu normas aos santos do Novo Testamento, que são maiores do que João Batista, como Jesus disse. Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento beber vinho, ou sidra desqualifica uma pessoa de exercer liderança entre o povo de Deus. Os líderes cristãos, semelhantemente aos do Antigo Testamento, são submetidos a normas elevadas e especiais. Os bispos que são o mesmo que presbíteros e pastores, não devem ser “dados ao vinho”, que como mencionei acima, é uma expressão que traduz uma só palavra (paroinos) e significa literalmente “colocar-se ao lado do vinho”. Um líder na igreja não deve nem sequer estar ao lado do vinho. A expressão “é necessário” (1 Tm 3:2) contém a partícula grega dei, e transmite o significado de necessidade lógica antes que exigência moral. Portanto, Paulo está dizendo que os líderes na igreja de Jesus Cristo não somente devem abster-se de bebidas alcoólicas, mas que por pura lógica e definição própria “é necessário” que não sejam “dados ao vinho” (3:2-3).
Tiago disse: “meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que receberemos maior condenação” (Tg 3:1), e Jesus disse: “a todo aquele que muito é dado, muito lhe será cobrado; e ao que muito se lhe confia, mais ainda se lhe exigirá” (Lc 12:48). Se os sumo sacerdotes, nazireus, reis, juizes e outros governantes do Antigo Testamento deviam manter-se sóbrios e com o juízo claro todo o tempo, é certo que o Senhor não fixará normas inferiores para os líderes da igreja, que no presente é o corpo encarnado no próprio Filho, Jesus Cristo. Para os diáconos, cuja responsabilidade é servir antes que exercer liderança, a norma é menos estrita. A eles lhes permite tomar vinho, mas não ser “dados”, de modo que se adicione, que deriva de uma diferente palavra grega (prosechontas) que significa “manter-se ocupado com”. Tal permissão de todas as maneiras proíbe a embriaguez, e reflete o lugar distinto do presbítero, pastor e bispo que deve evitar por completo qualquer possibilidade de que o seu pensamento seja nublado pela influência do álcool. Aqui o impulso da mensagem de Paulo parece ser que, devido à necessidade de ter mentes claras e um exemplo puro, os líderes que decidem na igreja devem manter as normas mais elevadas possíveis de conduta, inclusive a abstinência de toda bebida alcoólica, e que aos diáconos, que não desempenham papéis tão críticos, lhes é permitido tomar vinho com moderação.
O fato de que Paulo aconselhou a Timóteo: “não continue a beber somente água; use um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Tm 5:23), indica que, de maneira conseqüente com a sua abstinência total pelo exercício da liderança, Timóteo não havia tomado uma só gota de vinho fermentado, antes da recomendação pessoal de Paulo para que usasse “de um pouco de vinho”, e que isto era com fins puramente medicinais. Todo crente deve apresentar o seu corpo “como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1), em consagração total a Ele.

Cria um hábito?
Em quarto lugar, uma área que os crentes devem considerar é o assunto da dependência. Muitas coisas se convertem em hábitos, e muitos dos hábitos que adquirimos são benéficos. Por outro lado, há muitos outros hábitos que são danosos e difíceis de abandonar.
O princípio de Paulo segundo o qual apesar de que todas as coisas lhe eram lícitas, ele não se deixaria dominar por nenhuma delas (1 Co 6:12), se aplica claramente ao perigo da dependência do álcool. O álcool produz com muita facilidade uma dependência severa e violenta. Ademais, dos efeitos diretos que obscurecem a capacidade mental e afetam as funções corporais, a própria dependência distrai a atenção e interfere no juízo e na prudência da pessoa adepta da bebida.
Um cristão não somente deve evitar o pecado, como também a potencialidade do pecado. Nunca deveríamos permitir que estivéssemos sob a influência, ou o sob a manipulação de ninguém, nem de nada que nos distancie das coisas de Deus, assim seja também nas mínimas coisas. A opção mais segura e sábia para o cristão é evitar a ínfima possibilidade de influência para o mal.
Inclusive, mesmo nos casos em que algo não crie em nós um hábito, deve ser evitado, se é possível induzir alguém que nos observa e segue o nosso exemplo. Sendo que o álcool é reconhecido em todo o mundo como altamente vicioso, um cristão que bebe cria de forma desnecessária possibilidades de gerar por influência a dependência do álcool em outra pessoa.

É potencialmente destrutivo?
Uma quinta consideração deveria ser a potencialidade destrutiva do álcool. O escritor pagão Menesiteo, citado anteriormente, falou do vinho misturado com a metade de água como causador de demência, e do vinho sem mistura como destrutivo da saúde corporal. A capacidade destrutiva do álcool tanto na escala mental, física e social está em demasiada evidência para se requerer aqui uma documentação adicional.
Mais de 40 por cento de todas as mortes violentas estão relacionadas com o consumo de álcool, e pelo menos 50 por cento de todas as vítimas fatais em acidentes de trânsito envolvem condutores com problemas de embriaguez. Calcula-se que pelo menos um quarto de todos os pacientes internados em hospitais psiquiátricos tem problemas procedentes do álcool. O consumo contínuo de álcool produz cirrose no fígado e incontáveis desordens físicas. Os problemas com o álcool custam milhões de dólares anualmente em perda de indenizações para empregados e patrões, em acertos de contas com companhias de seguros e em apólices mais caras para os seus clientes.
A embriaguez conduz de maneira inevitável ao esbanjamento ou dissolução. A palavra dissolução traduz-se de asôtia, que tem o significado literal de “aquele que é impossível salvar”. Usa-se para aludir a uma pessoa enferma e incurável, sem esperança alguma de recuperar-se, e também para falar de uma vida relaxada e licenciosa como a que decidiu levar o filho pródigo (Lc 15:13). Portanto, dissolição é uma forma de autodestruição.
Como foi mencionado num capítulo anterior, o Antigo Testamento apresenta muitos relatos vívidos sobre a estreita associação entre a bebida, e a imoralidade, a rebelião, o incesto, a desobediência aos pais e todo estilo de vida corrompida. A violência é uma acompanhante natural da corrupção (Pv 4:17) e “o vinho é escarnecedor, a sidra estonteante” (20:1).
O profeta Joel exclamou: “ébrios, despertai e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, porque está ele tirado da vossa boca” (Jl 1:5). Mais adiante em sua mensagem diz: “lançaram sortes o meu povo, e deram meninos por meretrizes, e venderam meninas por vinho, que beberam” (3:3). Habacuque advertiu: “ai daquele que dá de beber ao seu companheiro, misturando à bebida o seu furor, e que o embebeda para lhe contemplar a sua nudez! Serás farto de opróbrio em vez de honra; bebe tu também e exibe a tua incircuncisão; chegará a tua vez de tomares o cálice da mão direita do SENHOR, e vômito cairá sobre a tua glória (Hc 2:15-16).
O cristão deve perguntar-se se é sábio e prudente que participe de algo que tem tanta potencialidade para destruição e pecado.

É ofensivo a outros cristãos?
Falando acerca da comida aos ídolos, Paulo disse: “pois, acerca da comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não senão um só Deus (...) entretanto, não há esse conhecimento em todos; porque alguns, por efeito da familiaridade até agora com ídolo, ainda comem dessas coisas como a ele sacrificadas; e a consciência destes, por ser fraca, vem a contaminar-se. Não é comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos. Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de modo algum, a ser tropeço para os fracos (...) e assim, por causa do teu saber, perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu” (1 Co 8:4, 7-9, 11).
Um cristão que por si mesmo é perfeitamente capaz de beber com moderação, não está na capacidade de garantir que o seu exemplo não ocasione que um irmão cristão mais fraco trate de beber e caia no vício. Não apenas isto, mas que da mesma forma que aconteceu no tempo de Paulo, alguém que tivesse sido um ébrio antes e se converte num cristão, associa muitas atividades imorais e corruptas com a bebida, e o simples fato de ver um outro cristão bebendo constitui uma ofensa para a sua consciência. A nossa liberdade em Cristo chega até onde começa a fazer dano em outro, e em especial aos irmãos da fé. Não temos direito algum de fazer, simplesmente por seguirmos as nossas preferências em comidas e bebidas “se perda aquele por quem Cristo morreu” (Rm 14:15). Nem sequer podemos ter a certeza absoluta de nossa própria capacidade para beber com moderação, e muito menos de que o nosso exemplo não fará que outros, incluindo os nossos filhos, bebam além dos limites da moderação. “Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as cousas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o comer com escândalo. É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra cousa com que teu irmão venha a tropeçar [se ofenda, ou se enfraqueça]” (14:20-21). A nossa liberdade em Cristo não deveria ser valorizada acima do bem-estar de nenhum irmão na fé. O que devemos fazer é tudo “o que contribua para a paz e para a mútua edificação” (14:19).

Prejudicará o meu testemunho cristão?
É impossível que o exercício da nossa liberdade, de uma maneira que possa prejudicar a um irmão em Cristo, melhore o nosso testemunho diante dos incrédulos. Pode ser que a bebida nos faça mais aceitáveis em alguns círculos sociais, mas a nossa falta de cuidado e interesse com os irmãos cristãos entre em detrimento de qualquer testemunho positivo que possamos dar. Também é um obstáculo para o nosso testemunho diante de muitos outros cristãos, que assim não estejam preocupados com a nossa influência, em sua própria maneira de viver para o Senhor, de todo modo, se preocuparia com a maneira como poderia ser uma influência danosa para outros cristãos.
O princípio que Paulo deu aos crentes de Corinto indica que o melhor testemunho é recusar o convite de um anfitrião pagão a fim de não ofender a um irmão: “se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de consciência. Porém, se alguém vos disser: isto é cousa sacrificada a ídolo, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; consciência, digo, não a tua propriamente, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia?” (1 Co 10:27-29). O testemunho é mais efetivo se o anfitrião pagão pode ver o quanto amamos ao nosso irmão na fé, e como nos preocupamos pelo seu bem-estar.
“Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14:7-8). Assim, tudo o que um cristão é e tem é do Senhor, o apóstolo também disse: “portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos” (1 Co 10:31-33).
Se quisermos alcançar as pessoas que não são salvas e ao mesmo tempo dar um exemplo que anime a quem o é, não exerçamos a nossa liberdade para beber, ou fazer qualquer outra coisa que conduza em escandalizá-los, nem desvia-los em sua vida espiritual.

É correto?
À luz de todas as perguntas anteriores, o cristão deveria perguntar por último: é bom que eu tome bebida alcoólica?” Temos visto que a resposta a primeira pergunta é um redundante não: o vinho que se bebia nos tempos bíblicos não é o mesmo vinho que se ingere na atualidade. As respostas a segunda e terceira perguntas também são não para a maioria dos crentes na atualidade: em geral, não é necessário beber vinho, e em mui raras ocasiões é a melhor opção. A resposta as seguintes quatro perguntas é se proveitoso beber em alguma situação. Beber pode criar hábitos com grande potencialidade destrutiva, é muito provável que escandalize a outros cristãos e que prejudique o nosso testemunho diante dos incrédulos.
Um homem me disse em certa ocasião: “às vezes, tomo uma cerveja com os amigos. Há algum mal nisto?” Eu lhe respondi: “O que você pensa a respeito deste assunto?”. “Bom, pois eu penso que não há nada de mal, mas fico na dúvida.” “ Você gosta de ter dúvidas”, perguntei. “Não, não gosto,” disse-me. “Você sabe o que tem que fazer para acabar com esta dúvida, certo?, continuei; ele deu a resposta óbvia: “sim, deixar de beber”.
Paulo disse em termos explícitos: “o que duvida sobre o que come, é condenado, porque não o faz com fé; e todo o que não provém da fé, é pecado” (Rm 14:23). Mas, mesmo se crermos que algo não é pecaminoso em si mesmo, se não podemos fazê-lo com uma consciência completamente livre, pecamos porque o fazemos contra a nossa consciência. Ir contra a nossa consciência nos empurra para uma auto condenação, e a culpa imposta sobre nós. A consciência é um alarme dado por Deus para advertirmos sobre a presença do pecado, e sempre que formos contra ela a debilitamos e a fazemos menos sensível e menos confiável, ao ponto que nos adestramos a rejeitá-la. Ir contra a consciência de maneira contínua resultará em sufocá-la e deixá-la “cauterizada” como que com um ferro incandescente (1 Tm 4:2). Quando isto acontece, perdemos um agente muito poderoso que Deus nos deu para guiar-nos (1 Tm 1:5, 19).
Ao levantarmos estas perguntas acerca da bebida, a última e mais importante, é: posso fazê-lo diante dos outros e de Deus com fé e confiança total de que é o correto?




Extraído de John MacArthur Jr., Efésios – Comentário MacArthur del Nuevo Testamento (Grand Rapids, Editorial Portavoz, 2002), p. 290-300.

tradução livre:
Rev. Ewerton B. Tokashiki
prtokashiki@gmail.com
pastor da Igreja Presbiteriana de Porto Velho
prof. teologia sistemática no SPBC – Ji-Paraná/RO.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O PRINCÍPIO 90 / 10

Que princípio é este?

Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa com você.

O que isto quer dizer?

Realmente, nós não temos controle sobre 10% do que nos sucede. Não podemos evitar que o carro enguice, que o avião atrase, que o semáforo fique no vermelho. Mas, você é quem determinará os outros 90%. Como? Com sua reação. Exemplo: você está tomando o café da manhã com sua família. Sua filha, ao pegar a xícara, deixa o café cair na sua camisa branca de trabalho. Você não tem controle sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado por sua reação. Então, você se irrita. Repreende severamente sua filha e ela começa a chorar. Você censura sua esposa por ter colocado a xícara muito na beirada da mesa. E tem prosseguimento uma batalha verbal. Contrariado e resmungando, você vai mudar de camisa. Quando volta, encontra sua filha chorando mais ainda e ela acaba perdendo o ônibus para a escola. Sua esposa vai pro trabalho, também contrariada. Você tem de levar sua filha, de carro, pra escola. Como está atrasado, dirige em alta velocidade e é multado. Depois de 15 min. de atraso, uma discussão com o guarda de trânsito e uma multa, vocês chegam à escola, onde sua filha entra, sem se despedir de você. Ao chegar atrasado ao escritório, você percebe que esqueceu de sua maleta. Seu dia começou mal e parece que ficará pior. Você fica ansioso para o dia acabar e quando chega em casa, sua esposa e filha estão de cara fechada, em silêncio e frias com você. Por quê? Por causa de sua reação ao acontecido no café da manhã. Pense: "Por quê seu dia foi péssimo?"

A) por causa do café?
B) por causa de sua filha?
C) por causa de sua esposa?
D) por causa da multa de trânsito?
E) por sua causa?
A resposta correta é a 'E'.

Você não teve controle sobre o que aconteceu com o café, mas o modo como você reagiu naqueles 5 minutos foi o que deixou seu dia ruim.
O café cai na sua camisa Sua filha começa a chorar. Então, você diz a ela, gentilmente: "está bem, querida, você só precisa ter mais cuidado". Depois de pegar outra camisa e a pasta executiva, você volta, olha pela janela e vê sua filha pegando o ônibus. Dá um sorriso e ela retribui, dando adeus com a mão.
Notou a diferença?
Duas situações iguais, que terminam muito diferentes.

Por quê? Porque os outros 90% são determinados por sua reação.Aqui temos um exemplo de como aplicar o Princípio 90/10. Se alguém diz algo negativo sobre você, não leve a sério, não deixe que os comentários negativos te afetem. Reaja apropriadamente e seu dia não ficará arruinado. Como reagir a alguém que te atrapalha no trânsito? Você fica transtornado? Golpeia o volante? Xinga? Sua pressão sobe? O que acontece se você perder o emprego? Por quê perder o sono e ficar tão chateado? Isto não funcionará. Use a energia da preocupação para procurar outro trabalho. Seu vôo está atrasado, vai atrapalhar a sua programação do dia. Por quê manifestar frustração com o funcionário do aeroporto? Ele não pode fazer nada. Use seu tempo para estudar, conhecer os outros passageiros. Estressar-se só piora as coisas.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Os cinco pontos do Calvinismo

TULIP – As Doutrinas da Graça
As Cinco Doutrinas Reformadas da Salvação


HISTÓRICO
Os Cinco Pontos do Calvinismo tiveram sua origem a partir de um protesto que os seguidores de James Arminius (um professor de seminário holandês) apresentaram ao “Estado da Holanda” em 1610, um ano após a morte de seu líder. O protesto consistia de “cinco artigos de fé”, baseados nos ensinos de Armínio, e ficou conhecido na história como a “Remonstrance”, ou seja, “O Protesto”. O partido arminiano insistia que os símbolos oficiais de doutrina das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg) fossem mudados para se conformar com os pontos de vista doutrinários contidos no Protesto. As doutrinas às quais os arminianos fizeram objeção eram as relacionadas com a soberania divina, a inabilidade humana, a eleição incondicional ou predestinação, a redenção particular (ou expiação limitada), a graça irresistível (chamada eficaz) e a perseverança dos santos. Essas são doutrinas ensinadas nesses símbolos da Igreja Holandesa, e os arminianos queriam que elas fossem revistas.

OS CINO PONTOS
TULIP (Tulipa)
1. Uma flor da família da rosa em forma de taça, que produz cores bem variadas e vibrantes.
2. Acróstico formado pelas iniciais, em inglês, das cinco doutrinas reformadas da salvação, conhecidas também como as Doutrinas da Graça ou Cinco pontos do Calvinismo.

Depravação Total............................(Total Depravity)
Eleição Incondicional.......................(Unconditional Election)
Expiação Limitada...........................(Limited Atonement)
Graça Irresistível............................(Irresistible Grace)
Perseverança dos Santos.................(Perseverance of the Saints)

Depravação Total (Total Depravity)
A Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua imagem e semelhança. Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da obediência aos Seus mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem falhou desobedecendo a Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio, rebelando-se contra o seu Criador. Este pecado inicial de desobediência (conhecido como a Queda do Homem) resultou em morte espiritual e ruptura na ligação de sua alma com Deus, o que mais tarde trouxe também sua morte física. Sendo Adão o representante de toda a raça humana, todos caímos com ele e fomos afetados pela mesma corrupção do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira de Deus e a morte passou a todos os homens.
Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por isso todos nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte espiritual não quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o homem é culpado (tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má). A depravação total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que somos tão maus quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus (todo o nosso ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado).
A depravação total também significa que o homem possui uma inabilidade total para restaurar o relacionamento com seu Criador. Por causa da depravação, o homem natural, por si mesmo, é totalmente incapaz de crer verdadeiramente em Deus. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas espirituais. Desde a Queda o homem perdeu o seu livre-arbítrio e passou a ser escravo de sua natureza corrompida e por isso ele é incapaz de escolher o bem em questões espirituais. Todas as falsas religiões são tentativas do homem de construir para si um deus que lhe seja propício. Porém, todas essas tentativas erram o alvo, pois o homem natural por si mesmo não quer buscar o verdadeiro Deus.
Devido ao estado de depravação do homem, se Deus não tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto eternamente. O homem natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este conhecimento se Deus não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.
Referências bíblicas:
Gn 2:17; Gn 6:5; Gn 8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr 9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36; Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm 3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm 2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15

Eleição Incondicional (Unconditional Election)
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo que os homens são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, os homens inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos para si. Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a eleição.
A eleição incondicional significa que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça humana e os predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e para trazê-los ao conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs salvar da condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.
Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más para serem punidos pelos seus pecados. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. Deve-se ter em mente que, se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo.
Referências bíblicas:
Dt 4:37; Dt 7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo 6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15 / Rm 2:4; Rm 8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 / Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts 1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/ 1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1 / 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17

Expiação Limitada (Limited Atonement)
Embora Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo número de homens, Sua santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como os escolhidos de Deus são pecadores, uma expiação completa e perfeita era necessária. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, suportou o castigo merecido pelos pecadores e obteve a Salvação para os Seus eleitos.
A eleição em si não salvou ninguém; apenas destacou alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos por Deus Pai e dados ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-se com o Seus eleitos e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nele. Através do que Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.
A obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização. Foi planejada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e, de fato, assegurou a salvação para esses indivíduos e para ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-los a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Deus não deixou aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.
Referências Bíblicas
1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 / Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25 / Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9

Graça Irresistível (Irresistible Grace)
Cada membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito Santo – participa e contribui para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai, antes da fundação do mundo, selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a redenção – não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A Graça Irresistível ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos.
O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Conseqüentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem.
Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual.
No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha.
Referências bíblicas:
Jr 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo 1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17 / Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb 9:15

Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu.
A perseverança dos santos não significa que todas as pessoas que professam a fé cristã estão garantidas para o céu. Somente os santos – os que são separados pelo Espírito – é que perseveram até o fim. São os crentes – aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e salvos nele. Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas eles não desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos santos está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura toda a vida e, às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo.
A Bíblia diz que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna.
Referências bíblicas:
Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51; Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 / Fp 1:6 / Cl 2:14 / 2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo 5:18 / Ap 17:14